Sabia que... a velocidade específica permite identificar e optimizar impulsores ?
É verdade: a velocidade específica nq é definida como a velocidade de rotação teórica a que um determinado impulsor deveria rodar para produzir 1 m de altura manométrica, com um caudal de 1m3/s, no ponto de rendimento máximo. O aumento deste valor implica a alteração da saída do impulsor, de radial, passando pelo impulsor de fluxo misto até se anular para o impulsor axial.
Existem impulsores destinados a produzir grandes alturas manométricas e outros para grandes caudais e baixas alturas manométricas tendo, cada um deles, particulares comportamentos em termos de rendimento, NPSH requerido e potências absorvidas.
A velocidade específica (nq) pode ser obtida analiticamente através da seguinte
fórmula:
em que:
n – Velocidade de rotação, em rpm
Qopt – Caudal óptimo, em m3/s
Hopt – Altura manométrica óptima, em m3/s
g – Constante gravitacional, 9,81 m/s2
Como podemos observar na figura seguinte, quanto menor é a velocidade específica (nq), maior é a capacidade do impulsor produzir altura manométrica.
Vejamos agora a influência da velocidade específica no comportamento hidráulico de uma bomba, através da análise das suas curvas características:
Podemos retirar do gráfico anterior que, por exemplo, a curva de funcionamento (Q;H) de uma bomba com velocidade específica > 150 (azul e vermelho no gráfico), de impulsor axial, começa a ser irregular e que a equivalente curva de potência tem um comportamento quase inverso ao de uma bomba de impulsor radial. É este o motivo pelo qual devemos arrancar este tipo de bombas contra válvula na compressão aberta, uma vez que as potências absorvidas para baixos caudais são muito elevadas.
Também a curva do NPSH requerido das bombas de impulsor axial deve ser convenientemente observada porque, contrariamente ao que acontece nas bombas de velocidade específica inferior a 75 (impulsor radial), os valores de NPSH mais elevados verificam-se na zona de baixo caudal. Além disso, nestas bombas o NPSH é muito mais sensível a variações das condições de funcionamento.
Em conclusão, a velocidade específica é uma característica fundamental de cada bomba (podendo variar dentro do mesmo modelo de bomba), devendo em muitos casos ser analisada na fase de projecto, para garantir que é adequada às características da instalação.
Paulo Costa / Resp. Depto. Indústria