Sabia que ... a velocidade de escoamento é determinante no correcto funcionamento das estações de bombagem de águas residuais?
Quando falamos em velocidades de escoamento (v), associamos normalmente a questão às perdas de carga localizadas e distribuídas, que variam proporcionalmente com a velocidade de escoamento. E tomamos como referência a velocidade de escoamento da ordem de 1 m/s para fluidos limpos. Até aqui tudo bem!
Os problemas podem surgir quando estamos a dimensionar sistemas de bombagem para águas residuais, uma vez que os efluentes contem - normalmente - areias, pedras ou outros sólidos, que são passíveis de se depositar nas tubagens por onde circulam. Como tal devemos determinar a velocidade de deposição/sedimentação (wS0) destes sólidos e garantir que a velocidade de escoamento (v) é sempre superior à velocidade, dependendo da concentração de sólidos (cT) desse efluente. Vejamos alguns exemplos, que melhor ilustram este fenómeno:
Se não tivermos este fenómeno em consideração durante o dimensionamento da instalação, é muito provável que a tubagem comece a ficar colmatada (total ou parcialmente), aumentando a perda de carga e reduzindo o caudal de bombagem, com consequências gravíssimas para o rendimento e correcto funcionamento do processo, até à sua paragem total! Em tubagens verticais pode ainda ocorrer uma deposição de sólidos tão acentuada, que impossibilite a abertura da válvula de retenção da compressão, no arranque seguinte!